FAROL - Faculdade de Rolim de Moura

Acadêmicos da FAROL realizaram Seminário sobre etnias indígenas

11/09/2018

Na última semana (5), na disciplina de Direito Indígena, no Curso de Direito, os acadêmicos do 2º período, realizaram um seminário com apresentações sobre etnias indígenas brasileiras.

Com o objetivo de trazer a histórias dos povos indígenas brasileiros, falar da cultura, organização social, crenças e tradições, local onde vivem, idioma falado e qual as dificuldades enfrentadas para a garantia e efetivação dos direitos indígenas, além de difundir a diversidade e multiculturalidade presente em nosso país.

Os estudantes foram além da pesquisa bibliográfica, visitaram terras indígenas da região e ouviram dos próprios povos indígenas as suas histórias e lutas históricas.

O grupo composto pelas acadêmicas Kely Cristina dos Santos Lima, Taís Neves, Jenicléia Spósito e Maria Vitória, foram até a Aldeia do Povo Indígena Kwazá e Aikanã, localizada no município de Parecis-RO. A história deste povo é marcada pelos conflitos da terra e da extração dos recursos naturais, no período da colonização muitos indígenas foram escravizados e obrigados a trabalhar na extração da seringa.

O povo Kwazá perdeu muitos dos seus integrantes após serem expulsos de suas terras com a abertura da BR-364, atualmente eles vivem junto com os povos indígenas Aikanã e Latundê, cerca de 25 pessoas na Aldeia São Pedro. A principal demanda do povo Kwazá foi a demarcação de suas terras.

As acadêmicas também produziram um documentário com os indígenas Kwazá Aikanã, exposto em sala de aula, tendo no dia da apresentação apresentado vários exemplares de artesanato indígena feitos por essa etnia, levando também a "chicha", uma bebida da cultura indígena feita da mandioca. Como aprendizado da experiência elas relataram "foi de grande aprendizado para o grupo este trabalho de campo, ir além das fronteiras que os livros nos proporcionam e conhecer de perto, ouvir dos próprios indígenas como funciona sua estruturação, seus costumes e modos de viver. Como eles disseram, poder passar a verdadeira história, vivida e contada por eles".

O grupo composto pelos acadêmicos Aline Machado, Eli Araujo, Ricardo Marinho, Romário da Silva, Henrique Chaves, fizeram a pesquisa de campo com as Etnias Arikapú e Tupari, que estão localizados perto do município de Alta Floresta do Oeste/RO. Eles vivem hoje nas Terras Indígenas Rio Branco e Rio Guaporé. Os primeiros contatos entre esse povo e os não-indígenas ocorreram por volta do início do século 20. Seus relatos orais contam que as cabeceiras do Rio Branco eram habitadas há muito tempo por eles. Além dos Djeoromitxí, seus vizinhos tradicionais eram os Makurap, os Wayurú e os Aruá, de língua Tupi.

Em entrevista, com Gleicia Arikapú, da etnia Arikapú, tem-se informação de que hoje são aproximadamente 30 aldeias, sendo que cada uma delas tem seu Cacique. Segundo ela, todas as aldeias têm escolas, porém nem todos os professores são indígenas. A língua predominante se divide em Tupari e Tatu, com mais ênfase a língua Tupari, da família linguística Jabuti, sendo que a língua Arikapú, está praticamente entrando em extinção, tendo poucos anciãos que a falam.

O grupo trouxe um representante da etnia Tupari, Rodrigo Tupari, para falar de seu povo indígena, contar a história, cultura, como vivem atualmente e, quais as dificuldades que encontram com a sociedade envolvente. Rodrigo Tupari relatou que a convivência com os não-indígenas é bem harmoniosa, sendo que o único problema enfrentado pela sua comunidade é o da invasão de não índios em suas terras, especialmente para a prática de caça ilegal. A FUNAI tenta desempenhar o seu papel, mas por vezes ainda há a falta de recursos para o realização do seu trabalho. Rodrigo é acadêmico de enfermagem e disse que está muito feliz por adquirir mais este conhecimento, e que seu principal objetivo é ajudar a sua comunidade, aliando esse conhecimento aos conhecimentos tradicionais de seu povo.

Assessoria